domingo, 11 de março de 2007

Carreira de Pedro Chaves na Fórmula 1 - resumo

Pedro Chaves nasceu no Porto, em 1965, e por volta dos 15 anos começou a correr em karting, obtendo sucessos. Em 1986 passou para a Fórmula Ford, que ganhou, tendo depois dado o salto para a Fórmula Ford inglesa. Em 1989 evoluiu para a Fórmula 3000, onde teve um ano difícil, mas em 1990 regressou a Inglaterra para correr na F3000 local, na equipa do célebre Nigel Mansell. O português teve um ano excelente e ganhou o campeonato, com larga vantagem pontual sobre o segundo classificado.
O passo seguinte era a Fórmula 1. A equipa Coloni interessou-se pelo português e propôs-lhe um lugar na equipa (ou melhor, o lugar na equipa) para 1991. Não é todos os dias que aparecem oportunidades para o topo da carreira, apesar da equipa não ser das melhores. Que fariam os nossos leitores, se estivessem na situação de Pedro Chaves?...
O piloto portuense aceitou o desafio e tornou-se piloto a tempo inteiro da equipa Coloni.


Apresentação da totalidade da equipa Coloni, 1991.
Note-se que, nesta época, Williams e McLaren empregavam mais de 200 pessoas.

Nesta época, a Fórmula tinha mais de 30 carros prontos a participar. Para separar o trigo do joio, a FIA (Federação Internacional do Automóvel) impunha regras: não podiam existir mais de 26 carros em corrida e mais de 30 em qualificação. Isto obrigava a que alguns ficassem de fora...
A equipa Coloni aparecera na Fórmula 1 em 1987 e, desde então, conseguira participar em 13 Grandes Prémios, em 50 tentativas.
Era evidente que a Coloni não era das equipas com mais meios do pelotão. Falta de dinheiro, falta de pessoal, falta de tudo - aliás, a equipa era uma das duas únicas que não tinham dinheiro para ter dois carros em pista. Pedro Chaves nunca teve colega de equipa (conforme é visível na foto.)
Os resultados foram desesperantes. O carro era mau, muito mau - e mesmo que não o fosse, alguma peça acabava por se partir.
Na sessão de pré-qualificação de sexta-feira participavam os 8 carros com piores resultados do semestre anterior. Os 4 melhores passavam à Qualificação. Ora, o melhor que Chaves conseguiu foi ser 6º (por duas vezes.) Mas o 8º lugar era a regra. (E já era bom se o carro saísse para a pista, pois por vezes partia-se antes mesmo de sair das boxes, como em Itália - pistão partido - e não havia peças de substituição...)
Portanto, Pedro Chaves nunca conseguiu participar numa sessão de qualificação - e muito menos numa corrida.

Pedro Chaves num dos melhores circuitos do mundo:
Spa-Francorchamps, Bélgica.


O ambiente na equipa também não era o melhor. Enzo Coloni, o engenheiro dono da equipa, entendia ser sua função a afinação do carro, e os seus pontos de vista chocavam frequentemente com os de Pedro Chaves. Tendo em conta que Chaves não fazia mais de 4 ou 5 voltas, era difícil tirar teimas...

Depois da vergonha que foi a participação no GP Portugal, Pedro Chaves anunciou que abandonava a equipa, alegando incumprimento salarial e impossibilidade de pagar (do seu próprio bolso!) os bilhetes para os últimos GP da época - longas viagens até ao Japão e Austrália, num episódio a fazer lembrar os casos de emigrantes portugueses, em Espanha ou na Holanda , explorados e sem receber qualquer salário. De qualquer forma, Chaves estava absolutamente farto e desgostoso com a forma como fora tratado e com a ausência de perspectivas na Fórmula 1. Quando Gachot, piloto da Jordan, fora preso, em Agosto, Chaves tentou a mudança para a equipa irlandesa, mas como, sem patrocínios fortes? Logo de seguida um desconhecido alemão de nome Michael Schumacher, apoiado pela Mercedes e outras empresas alemãs, contactou a Jordan e a equipa nem sequer hesitou...

Em 1992 Pedro Chaves voltou à Fórmula 3000.

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